Agentes da PF, Incra e professores de
universidades federais continuam em greve
Categorias recusaram reajuste de 15,8%, e sindicatos prometem protestos no feriado
O governo fechou a mesa de negociações para reajustes salariais dos servidores federais em 2013 e já enviou ao Congresso Nacional a proposta de orçamento para o ano que vem. Mesmo assim, três categorias rejeitaram o aumento oferecido pelo Planalto e continuam em greve: parte da PF (Polícia Federal), servidores do Incra e professores de universidades federais.
Ao contrário do setor administrativo, que encerrou a greve, os agentes, papiloscopistas e escrivães da PF estão parados desde o dia 7 de agosto e não têm data para voltar ao trabalho. Com quase um mês de paralisação, as investigações estão suspensas e a emissão de passaportes também está prejudicada.
De acordo com a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), somente em Fortaleza (CE), pelo menos 2.000 passaportes prontos deixaram de ser entregues em 20 dias de paralisação. A estimativa da Federação é que a situação tenha se repetido em todas as unidades da federação.
Segundo a Fenapef, a proposta de reajuste, de 15,8% divididos em três anos, não atende a questão da reestruturação da carreira. Por isso, a categoria continua em greve por tempo indeterminado e com um calendário de mobilização até dezembro, com protestos em aeroportos, fronteiras, portos, além de delegacias e superintendências de todos os estados.
Incra
Os servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) também recusaram a proposta do governo e decidiram manter o movimento grevista. O diretor nacional da Cnasi (Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra), Reginaldo Aguiar, diz que o aumento real nos salários seria de pouco mais e R$ 200. Ao fim de três anos, em 2015, o reajuste global totalizaria, em média, R$ 700. Segundo o diretor, o valor não satisfaz os servidores.
— Não atendeu minimamente nossa reivindicação, para maioria não é interessante. Estamos tentando apoio de deputados e senadores para tentar um aumento por meio de emendas parlamentares ao projeto de orçamento.
Se não conseguirem as emendas, os servidores do Incra vão ficar sem reajuste até 2014. Quase 4.000 funcionários estão de braços cruzados, o equivalente a 70% dos 5.500 servidores que estão na ativa. Segundo Reginaldo Aguiar, quase todos os serviços estão suspenso.
— Não está funcionando nada, quase tudo está parado. Na próxima segunda vamos nos reunir em assembleia para decidir os rumos do movimento.
Professores
Os docentes de 52 universidades federais também continuam em greve. De acordo com o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), os sindicatos regionais decidem nesta semana se mantêm o movimento. Segundo um dos diretores, Maurício Alves, será realizada a conferência nacional no final de semana.
— Até quinta-feira serão realizadas assembleias regionais e no fim de semana a gente bate o martelo durante a conferência nacional. Por enquanto, continuamos em greve.
Protestos no feriado
Os policiais federais e os servidores do Incra estão planejando protestos em todo país durante o feriado, no dia 7 de setembro. Os sindicatos não descartam manifestações durante o desfile da Independência, em Brasília.
O governo informou que continua com a política de corte de ponto dos servidores que não forem trabalhar e nem justificarem a ausência. A estratégia e enfraquecer o movimento, apostando que os funcionários não vão continuar em greve se não receberem o salário integral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.