A casa onde familiares de Dilma Rousseff viveram em Uberaba (MG) será desapropriada pela prefeitura e parentes da presidente vão receber ao menos R$ 270 mil pela cessão do imóvel. O município vai reformar o local, declarado patrimônio histórico em 2013, e construir um centro cultural para jovens.
O dinheiro já foi depositado em juízo para acelerar a desapropriação, que para ser finalizada ainda precisa do aval de todos os cerca de 20 herdeiros, incluindo a presidente. A negociação é intermediada com um tio de Dilma, irmão da mãe da presidente.
Dilma nunca viveu na casa. O município, governado por Paulo Piau (PMDB), considerou que o tombamento preservaria a memória e o valor histórico da casa, onde a família da presidente morou até 1951.
O imóvel pertenceu aos avós da presidente e está localizado na região central de Uberaba. Dilma apenas visitava o local na infância durante férias com a família.
Abandonada nos últimos anos, a casa tem três quartos, sala de jantar, copa, cozinha, banheiro e área de serviço. O terreno tem cerca de 300 metros quadrados. O preço médio do metro quadrado no bairro varia entre R$ 1.000 a R$ 1.500, conforme imobiliárias.
Na semana passada, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico autorizou o plano de reforma do imóvel. Um projeto será encaminhado ao Fundo Estadual de Cultura para pleitear verba para a obra. Ainda não há estimativa do valor do investimento.
Na área livre do quintal, serão construídas salas de aula. O espaço da casa vai abrigar um setor administrativo. O município planeja começar a reforma neste ano e inaugurar o centro para jovens no primeiro semestre de 2016.
SEM CONTESTAÇÃO
Na Câmara do município, de 319 mil habitantes, não há oposição ao projeto. De acordo com o procurador da prefeitura, Paulo Salge, o município entrou com ação judicial este ano para agilizar a desapropriação. Ele afirma que a iniciativa foi tomada apenas para acelerar a comunicação com a lista de herdeiros.
Uma liminar favorável à administração municipal foi concedida e o pagamento prévio em juízo foi feito em junho.
A avaliação imobiliária foi feita por engenheiro da prefeitura. O procurador da prefeitura argumenta que o cálculo da indenização considerou o preço de mercado e que, por isso, não deve haver contestação do valor por parte da família.
"Os familiares serão citados para se manifestar oficialmente agora, mas não devem pedir impugnação do preço porque foi oferecido um valor justo. Tudo está sendo conduzido de forma harmoniosa", diz Salge.
A reportagem não conseguiu localizar representantes da família para comentar o assunto. Procurado, o Palácio do Planalto não se manifestou.
Fonte: Cidade News via Folha de São Paulo
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