FUMO: Só 1 em cada 3 fumantes consegue abandonar o vício
O estudo apontou que mais de 30% chegaram a parar de fumar por um tempo, mas apenas 33,7% não retomaram o vício.
Passar por uma situação de estresse agudo, como perder o emprego,
divorciar-se ou enfrentar a morte de um familiar, é a principal causa de
recaídas para tabagistas em tratamento. Dos 820 pacientes analisados
por um estudo do Instituto do Coração (Incor), 257 (31,3%) chegaram a
parar de fumar por um tempo, mas retomaram o vício. E apenas 276 (33,7%)
foram bem-sucedidos em largar o tabaco. Os demais ou abandonaram o
tratamento ou nunca conseguiram deixar o fumo.
O levantamento, apresentado neste ano no congresso da Society for
Research on Nicotine and Tobacco, nos Estados Unidos, analisou a
evolução clínica de pacientes inscritos no Programa de Assistência ao
Fumante (PAF) - um software desenvolvido pela cardiologista Jaqueline
Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento do
Tabagismo do Incor.
O programa permite a realização de análises retrospectivas do
tratamento de cada paciente e busca características comuns àqueles que
obtiveram sucesso ou insucesso no combate ao fumo. Outros dois gatilhos
importantes apontados para a recaída, além do estresse agudo, foram a
ansiedade intensa e o descuido (quando o paciente acredita que fumar um
único cigarro não vai trazê-lo de volta ao vício).
“Conhecendo mais detalhes sobre o tabagismo, poderemos alertar os
pacientes de como essas situações de estresse e ansiedade interferem no
tratamento. Voltar a fumar, embora possa aliviar momentaneamente o
sofrimento e o desconforto, não vai resolver o problema: vai criar mais
um”, diz Jaqueline. As informações são do Jornal da Tarde.
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