segunda-feira, 30 de maio de 2016

Pesquisadores fazem “vaquinha” para estudar microcefalia na Paraíba

microcefalia

Cerca de dez meses depois que especialistas do Nordeste registraram aumento inesperado de nascimentos de crianças com microcefalia, pesquisadores de Campina Grande (PB) planejam abrir um centro de referência na malformação. Para arrecadar dinheiro destinado à construção do prédio, o Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq) faz campanha no site colaborativo Catarse.

“Para que a gente possa entender a doença, precisamos de estrutura. Não dá para estudar o ouvido da criança (com síndrome congênita do Zika) em um lugar, o olho em outro, o cérebro em outro. Não dá para dissociar os efeitos”, disse a presidente do instituto, Adriana Melo. A especialista em medicina fetal foi a primeira pesquisadora a encontrar o vírus Zika no líquido amniótico de uma gestante que teve o filho com microcefalia.
O instituto, sem fins lucrativos, foi criado em 2007 por médicos que queriam aprofundar pesquisas relacionadas à saúde materno-infantil. “Para as pesquisas que desenvolvíamos, a estrutura de nosso grupo era o suficiente. Usávamos uma sala da minha clínica. Depois que passamos a receber as gestantes que tiveram Zika, a prefeitura nos disponibilizou um hospital com estrutura pequena. Acompanhamos 60 bebês com microcefalia, mas o ideal era que acompanhássemos também os bebês cujas mães tiveram Zika e não nasceram com a malformação. Só que não temos nem estrutura nem dinheiro”, disse Adriana.
Segundo a pesquisadora, a prefeitura de Campina Grande cedeu o terreno e um escritório de engenharia fez o projeto do centro. Além disso, empresas e o Ministério da Saúde se comprometeram a doar equipamentos. O objetivo da campanha é conseguir arrecadar R$ 200 mil para a construção do prédio. Em 11 dias, a campanha arrecadou mais de R$ 11 mil reais.
* Robson Pires

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