Novas regras para poupança permitirão continuidade do crescimento sustentável, diz Mantega
Brasília – A mudança na remuneração da poupança foi necessária para adequar o
Brasil a uma nova realidade econômica e ajudará na manutenção do crescimento
sustentável, disse hoje (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com
ele, a regra atual criaria um obstáculo para o Banco Central continuar a redução
das taxas básicas de juros.
Para que possamos baixar juros para o crédito, temos de destravar sistema
fazendo a modificação da poupança. Precisamos retirar esse limitador da queda
das taxas”, disse o ministro, ao anunciar as novas regras para o rendimento da
caderneta.
Segundo o ministro, ao permitir a manutenção do ciclo de queda da Selic
(juros básicos da economia), a alteração cria condições para a continuidade do
crescimento sustentável do país. “Estamos em melhores condições que as economias
europeias e norte-americana. Para dar continuidade ao crescimento sustentável,
precisamos fazer reformas que reduzam o custo financeiro e barateiem o crédito”,
declarou.
O critério atual de remuneração da poupança – de 6,17% ao ano mais variação
da Taxa Referencial (TR) – vai ser substituído pela variação da TR mais 70% da
Selic, quando a taxa básica de juros chegar a 8,5% ao ano ou menos. Atualmente,
a Selic está fixada em 9% ao ano.
A alteração valerá apenas para os depósitos feitos a partir da edição da
medida provisória. Assim, quem tem uma caderneta de poupança terá o saldo
corrigido de duas formas: pelo rendimento tradicional, para o dinheiro guardado
até hoje e pela nova regra, para os futuros depósitos.
A mudança na remuneração da poupança vai permitir que o governo continue a
baixar os juros sem que os grandes investidores se sintam estimulados a migrar
para a poupança e deixem de comprar títulos públicos. Também ampliará o alcance
da política monetária, à medida em que os aplicadores se sintam estimulados a
guardar dinheiro na poupança quando o Banco Central aumentar os juros básicos e
a gastar recursos da caderneta em momentos de queda da Selic.
A dívida pública é um mecanismo essencial na administração das contas do
governo. Por meio da emissão de títulos públicos, o governo pega recursos
emprestados de investidores para honrar compromissos de curto prazo. Em troca, o
Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro, acrescido de alguma
correção, que pode ser definida com antecedência (no caso dos títulos
prefixados) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.
Por MMelo
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