'Foi ato desesperado', diz conselheiro sobre família de garoto acorrentado
Conselheiro tutelar que acompanha o caso diz que família nunca foi omissa.
Menino de 9 anos foi encontrado acorrentado em uma cama dentro de casa.
“Estou trabalhando neste caso desde abril de 2008, quando a casa da família pegou fogo. O menino e os irmãos ficaram dois anos no abrigo, porque a mãe não tinha residência fixa e as crianças estavam morando em um cômodo com a avó”, contou Davi. O conselheiro acredita que o tempo que o garoto passou no abrigo causou traumas e desencadeou transtornos psicológicos. “O menino ficou com problemas psicológicos. Ele surta, tenta suicídio, sobe em árvore e tenta pular, se joga em frente de caminhão, vira a escola de cabeça para baixo, ninguém consegue controlar ele”, relatou.
De acordo com as informações de Davi, a mãe e o padrasto nunca foram omissos e sempre procuraram ajuda. “Não concordo com a atitude deles, mas entendo”, argumentou sobre o ato de prendê-lo à cama. Ainda segundo o conselheiro, vários pedidos já foram protocolados na prefeitura para que um psiquiatra infantil fosse disponibilizado para atender o menino. Mas apenas um psiquiatra sem especialidade pediátrica foi indicado e este não podia fazer o acompanhamento ideal. Prefeitura de Santo Antônio da Platina foi procurada pelo G1 para explicar sobre os pedidos do Conselho Tutelar por um psiquiatra infantil, e ficou de uma dar um resposta.
Na manhã de quinta-feira, quando o menino foi encontrado pela polícia acorrentado à cama, sem acesso a comida, água e banheiro, ele foi levado para o abrigo do município. A mãe e o padrasto dele foram chamados na delegacia, assinaram um termo circunstanciado e liberados. No Conselho Tutelar, eles também assinaram uma advertência e vão ter que participar de uma audiência sobre o caso no Ministério Público. Como o conselheiro entendeu que a criança ainda fica melhor no ambiente familiar do que no abrigo, ele voltou para casa por volta das 17h30. A família vive no Centro da cidade e tem outros três filhos. Davi não acredita que o menino de nove anos tenha envolvimento com drogas e afirmou que esta deve ser apenas uma suposição do padrasto.
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