O jornalista paulista Cásper Líbero fez uma viagem a Paris e de lá voltou maravilhado com uma corrida realizada à noite, em que os corredores carregavam tochas ao longo do percurso.
Entusiasta do esporte e decidido a promover algo semelhante no Brasil, criou uma corrida noturna a ser realizada no último dia do ano de 1925. Estava criada a Corrida de São Silvestre, que recebeu esse nome em homenagem ao santo do dia.
Em sua primeira edição, de 60 inscritos 48 compareceram para disputar a prova e 37 foram oficialmente classificados. O primeiro vencedor foi o jogador de futebol Alfredo Gomes, que completou os oito mil e oitocentos metros do percurso em trinta e três minutos e vinte e um segundos.
Apenas brasileiros participaram das primeiras provas. A partir de 1927 foi permitida a inscrição de estrangeiros morando no Brasil, o que possibilitou ao italiano Heitor Blasi, radicado em São Paulo, vencer as edições de 1927 e 1929.
A partir de 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a São Silvestre passou a contar com a participação de estrangeiros, mas apenas para corredores convidados de países da América do Sul.
O sucesso das duas primeiras edições internacionais, no entanto, levou os organizadores a permitirem a participação de corredores de todo o mundo a partir de 1947.
Teve, então, o início de um período de 34 anos no qual nenhum brasileiro venceria a prova, o que se encerrou quando o garçom pernambucano José João da Silva ganhou a edição de 1980, feito que repetiria em 1985.
Até 1988, a corrida era realizada à noite. Em 1989 o horário foi alterado, passando às três horas da tarde para mulheres e às cinco horas da tarde para homens e a São Silvestre foi oficialmente reconhecida e incluída no calendário internacional.
A partir de 1991 o percurso São Silvestre foi ampliado para quinze quilômetros atendendo a exigências da Federação Internacional de Atletismo.
O maior vencedor – e também recordista – da prova é o queniano Paul Tergat com cinco vitórias e, entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota, que com seis vitórias consecutivas nos anos 1980 é a maior vencedora geral.
Entre os brasileiros, o título fica com Marílson Gomes dos Santos com três vitórias.
Alguns dos maiores fundistas da história do atletismo já participaram e venceram a prova. Além de Tergat e Mota, já correram nas ruas de São Paulo campeões e medalhistas olímpicos e recordistas mundiais como Franjo Mihalic, Gaston Roelants, Frank Shorter, Carlos Lopes, Arturo Barrios, Ronaldo da Costa, Priscah Jeptoo, Derartu Tulo e a locomotiva Humana, o Emil Zatopek, campeão em 1953.
A São Silvestre também compensa seus campões. Ano passado o vencedor recebeu 60 mil reais, o segundo lugar 35 mil e o terceiro colocado, vinte mil reais.
História Hoje : Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. É publicado de segunda a sexta-feira.
* Agência Brasil
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