sábado, 7 de setembro de 2013

Família vai pedir R$ 50 mil na Justiça após idosa ficar com agulha no dedo


Raio X mostra pedaço de agulha no dedo (Foto: Josimar Inácio Figueiredo/VC no G1)A família da idosa de São João da Boa Vista (SP) que há um mês precisou esperar cerca de 22 horas para retirar um pedaço de agulha que estava espetado em seu dedo entrou na Justiça contra o médico do Pronto-Socorro da cidade. Na ocasião, ele alegou que não sabia o procedimento para a remoção do objeto e pediu que ela retornasse no dia seguinte. A advogada da aposentada entrará esta semana com uma ação de indenização.“Vou pedir que o juiz estipule um valor devido, mas que não seja inferior a R$ 50 mil”, disse Jéssica Palhares Aversa. Procurado pelo G1, o médico não foi encontrado para comentar o caso, que foi denunciado por meio do VC no G1.

Aposentada exibe dedo com os pontos após objeto ser removido (Foto: Josimar Inácio Figueiredo/VC no G1)

Na última segunda-feira (2), a defensora entrou com duas representações no Ministério Público. (MP). A intenção é que a promotoria criminal instaure um inquérito policial contra o médico e que a Procuradoria da Curadoria do Idoso verifique a conduta não só do profissional, mas também a administração municipal.

“Como a Prefeitura permite que um médico atue naquele local? Ele alegou não saber fazer a cirurgia. Ali são casos de emergência e urgência para ajudar a população carente, porque tem quem tem plano de saúde procura um médico particular. O caso da minha cliente era de pequenas cirurgias, tanto que foi feita no outro dia”, ressaltou a advogada.

O filho da idosa, Josimar Inácio Figueiredo, disse que, independentemente da indenização, busca por Justiça. “Espero que ele sinta um pouco pelo sofrimento que fez a minha mãe passar. Estamos focados para que ele pague pelo que fez”, disse.

Caso
No dia 8 de agosto, a aposentada Neide Azair Inácio Figueiredo, de 65 anos, machucou-se quando tentava passar a linha na agulha da máquina de costura elétrica. Sem querer, ela pisou no pedal e acionou o mecanismo que atingiu o dedo médio da mão esquerda. Ela procurou o pronto-socorro, mas o médico pediu para que ela voltasse no dia seguinte.

“Ele pediu um raio X, analisou e disse que estava tudo bem. Mas eu questionei, como assim está tudo bem? Tem um pedaço de agulha aí. Ele receitou um anti-inflamatório e pediu para ela retornar no outro dia porque ele não sabia fazer esse tipo de cirurgia”, contou o marido dela, Juarez Ribeiro Figueiredo.
A aposentada passou a noite com fortes dores e o procedimento cirúrgico para a remoção do objeto feito por outro médico ocorreu somente perto do meio-dia, cerca de 22 horas após o acidente. O filho da idosa registrou um boletim de ocorrência por omissão de socorro, já que o médico também não a encaminhou para outro hospital.
Na ocasião a Prefeitura informou que a retirada da agulha não era um procedimento simples e exigia anestesia, incisão no local do objeto e posterior sutura. Segundo a assessoria de imprensa da administração municipal, o pronto-socorro dispõe de uma equipe para pequenas cirurgias que atende no período da manhã. Sendo assim, a idosa retornou no dia seguinte e teve a agulha retirada de seu dedo".
A nota ainda explicou que, de acordo com a legislação vigente, o médico de PS deve ser clínico geral e com habilidades para tirar o paciente de risco iminente de morte. "Para isso, exigimos capacitações de nossos profissionais. Se a paciente corresse risco de vida e o médico não fosse habilitado para o procedimento, ela seria imediatamente encaminhada à Santa Casa local”, informou.
* Reprodução Márcio Melo

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