Mais um corpo foi encontrado na casa de um suposto assassino em série na favela Alba, na zona sul de São Paulo. Com isso, sobe para seis o número de possíveis vítimas do criminoso.
Na tarde de sábado (26), o corpo de um travesti surdo e mudo de 21 anos, outros três cadáveres e uma ossada foram encontrados enterrados na casa do pintor de paredes Jorge Luiz Morais de Oliveira, 41.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o sexto cadáver foi encontrado nesta segunda-feira (28) por familiares de uma suposta vítima. Após saberem do caso, os parentes decidiram ir à casa do suspeito e cavar em um terreno que fica nas proximidades.
A polícia foi avisada e dois delegados do 35º DP (Jabaquara) e peritos foram ao local para recolher o corpo.
Oliveira cumpre prisão temporária – que tem pena máxima de dez dias – desde sábado. De acordo com a SSP, a polícia pedirá a prisão preventiva do suspeito.
Morte suspeita
A polícia suspeita que Oliveira seja um assassino em série. Ele foi preso em flagrante e, segundo a polícia, confessou apenas a morte de Carlos Neto Alves de Matos Júnior, o travesti. A polícia encontrou escondidos na casa dele facas e um soco inglês sujos de sangue, assim como roupas femininas e um lençol manchados.
Com ferimentos de faca no braço e na coxa, o suspeito alegou que matou em legítima defesa. Ele disse que Júnior e outro homossexual foram à sua casa na tarde de quarta-feira (23) e, como ele se recusou a fazer sexo com eles, foi atacado. Mas conseguiu tomar a faca que o travesti portava e o matou.
A história, entretanto, foi desmentida pela mãe e irmã do pintor, que moram na casa em frente a dele. Elas disseram que o travesti, acompanhado de um amigo, chamavam por uma vizinha do pintor. Ele, então, pediu que os dois entrassem em sua casa para chamar a vizinha pelo muro do quintal.
As familiares relataram terem ouvidos gritos depois e viram o momento em que o acompanhante do travesti escapou correndo.
Oliveira fugiu após o crime, na quarta, e só reapareceu no sábado, após a mãe chamar a PM e ligar para ele, propondo que lhe contasse pessoalmente o que de fato aconteceu.
Na casa do pintor, havia um rastro de sangue do quintal ao quarto, onde o piso estava quebrado. A polícia desconfiou e cavou no local, onde encontrou o corpo do travesti. Oliveira disse, segundo a polícia, que ficou desesperado e resolveu ocultar o corpo.
No momento em que o acusado era algemado, policiais suspeitaram do chão do quintal, que estava com piso diferente do restante. Eles cavaram e encontraram mais três corpos e uma ossada. Nenhum foi identificado.
Um celular encontrado na casa de Oliveira foi reconhecido como sendo de uma mulher que está desaparecida há um mês.
A reportagem não localizou a defesa do pintor até a noite de ontem.
* Gazeta do Povo
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