Seis crianças morrem em piscinas no país por mês
A cada mês, seis crianças de até 14 anos morrem afogadas em atividades em piscinas no país, em média.
Os dados são do Ministério da Saúde e foram tabulados pela ONG Criança Segura.
Eles são referentes ao ano de 2010, últimos disponíveis.
No ano, foram 76 mortes de crianças decorrentes de afogamentos em piscina. Em 2009 foram 87 mortes.
A grande maioria (62%) das vítimas tinha entre um e quatro anos, como o menino Bernardo Giacomini Gonçalves, 3, morto na piscina da escola onde estudava em Moema (zona sul de São Paulo), anteontem de manhã.
Se considerados os afogamentos em geral, o número de mortes de crianças sobe para 1.184 (média de três por dia) -a maioria em "águas naturais", como mar e rio.
Silvana Vertematti, médica do esporte e cardiopata do hospital Edmundo Vasconcelos, diz que crianças podem se afogar mais facilmente do que adultos por ainda não terem a musculatura do tórax bem desenvolvida.
"Essa musculatura ajuda na respiração. As crianças não têm mecanismos bem desenvolvidos para eliminar a água no pulmão."
Especialistas alertam que, mesmo quando estiverem usando boias, crianças devem ser supervisionadas.
Lia Gonsales, coordenadora de mobilização da Criança Segura, diz que, apesar de não existir uma regulamentação, a ONG recomenda que haja ao menos um adulto cuidando de cada três crianças.
ENTERRO
Bernardo foi enterrado ontem no Cemitério-Parque Jaraguá, em São Paulo, em uma cerimônia reservada.
Anteontem, o menino participava com outros dez colegas de uma atividade na piscina da escola CEB (Centro Educacional Brandão) - Comecinho de Vida.
Eles eram supervisionados por uma professora e uma instrutora. Uma terceira profissional, que acompanhava a sala, saiu da área da piscina no final da atividade.
Quando as crianças eram levadas para o vestiário, a professora notou Bernardo, já inconsciente, na água.
A professora e a instrutora que estavam na piscina no momento do acidente foram indiciadas sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção). A polícia disse haver indícios de negligência.
Procuradas ontem, elas não quiseram falar.
Em nota divulgada ontem, a escola disse que oferecerá à Justiça todas as informações solicitadas e que a tragédia trouxe "imensa dor".
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