O atacante Neymar vai usar drogas nos próximos meses. A previsão foi feita pelo médico Júlio César Alves, especialista em tratamentos ortomoleculares. Segundo ele, o jogador de futebol não conseguirá ganhar cinco quilos de massa magra sem usar substâncias ilícitas.
"O povo da Europa pensa que somos um bando de ignorantes ao dizer que o Neymar terá de ganhar cinco quilos de massa magra em um ano ou um ano e meio. É quase impossível, mesmo com musculação extensiva, que ele atinja isso. E ele não pode fazer musculação extensiva por causa do futebol. Mesmo com esteroides ele teria dificuldade, mas o Neymar vai aparecer daqui a um ano com cinco quilos a mais. Ele vai usar drogas", disse Alves em entrevista à "ESPN Brasil".
O médico faz tratamentos para atletas que querem ganhar desempenho burlando o controle de doping. Segundo Alves, ele tem dois clientes que atualmente estão na seleção brasileira de futebol.
"Doping sempre existiu e existirá. Hoje, com as próximas olimpíadas aqui, recebo muitos atletas jovens para que eu os prepare e para que eles não caiam no doping. Eles são de várias modalidades, e muitos vocês ainda vão conhecer. Tenho 25 atletas de alto rendimento, top, mas devo ter uns 50 ou 55 nomes das mais variadas áreas", relatou o médico.
Segundo o especialista, os principais clientes dele são oriundos do atletismo e da natação. No entanto, Alves disse que também atende jogadores da seleção brasileira de vôlei: "Há uma equipe fechada, na qual eu faço todo o desenvolvimento. Só não posso dizer o esporte porque é uma área muito restrita".
Júlio César Alves é o médico que em 2002 provocou polêmica ao admitir que preparava atletas de alto rendimento com métodos químicos condenados pelo Comitê Olímpico Internacional.
Em outubro daquele ano, também em entrevista à "ESPN Brasil", Júlio César Alves admitiu que tratava de 31 atletas de diversas equipes olímpicas do Brasil. Na época, o médico afirmou que todos que se destacam "têm uma boa preparação hormonal".
Ainda na entrevista, o médico disse que todos os atletas de ponta das grandes potências eram dopados, capacitados para fugir do resultado positivo em testes oficiais de prevenção. Alves citou especificamente o caso do australiano Ian Thorpe, nadador que acumulou recordes e vitórias no começo da última década.
"Por que bate um recorde atrás do outro? Toma testosterona via oral, subcutânea, sublingual, que tem pico entre quatro e seis horas. Inúmeros atletas nossos fazem isso. Em seis horas não tem mais nível plasmático. Faz o exame antidoping, que não acusa nada", descreveu.
Por fim, o médico criticou o que chamava de hipocrisia de dirigentes do esporte brasileiro em relação à política de doping.
Diante da polêmica da primeira entrevista, em 2002, a ESPN decidiu promover um debate em seus estúdios, com participação de outros profissionais da medicina esportiva. A conversa acabou em discussão entre Alves e alguns de seus colegas.
Formado em medicina ortomolecular pela Unicamp, Júlio César Alves atualmente tem consultório em Piracicaba, onde atende atletas de várias origens. O médico é procurado basicamente com a demanda de melhoria de performance através de recursos químicos que escondam qualquer traço de doping.
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