sexta-feira, 28 de junho de 2013

Santa Maria (RS) lembra cinco meses da tragédia da Kiss; Câmara é ocupada pelo segundo dia


No dia em que se completam cinco meses da tragédia da boate Kiss, que vitimou fatalmente 242 jovens em Santa Maria (286 km de Porto Alegre), no norte gaúcho, um grupo de manifestantes negocia a sua permanência na Câmara de Vereadores, que deve completar 48 horas no início desta noite.

Em troca, eles exigem a exoneração do procurador-jurídico da Casa, Robson Zinn, além da extinção da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Kiss. O estopim foi a vinda a público de uma gravação que revela a manobra para que a investigação não atinja o prefeito da cidade, Cezar Schirmer (PMDB).
Por volta das 15h, teve início uma reunião entre os representantes dos movimentos que ocupam o plenário da Câmara e o presidente da OAB de Santa Maria, Péricles Lamartine Palma da Costa, como intuito de acelerar o cumprimento das exigências. Uma centena de pessoas ocupa os lugares no plenário.  

Processo

Perto dali, no Salão do Júri do Fórum de Santa Maria, acontece o segundo dia de depoimentos de testemunhas no processo criminal que apura a responsabilidade pelo incêndio. A audiência é acompanhada por cerca de 30 pessoas, entre elas dois dos oitos réus: Luciano Bonilha Leão e Marcelo Jesus dos Santos, membros da banda Gurizada Fandangueira. 
O primeiro depoimento desta quinta foi o de um frequentador da Kiss, que estava diante o palco da boate no momento em que as chamas tiveram início. Ele afirmou que, durante o salvamento, dez bombeiros estavam no local, em frente à casa noturna.
Entretanto, a maioria das pessoas que ingressaram na boate para ajudar as vítimas em meio à fumaça tóxica era de civis. "Quem era mais forte saía. Alguns caíam no caminho e acabavam sendo pisoteados", relatou.  
Uma outra jovem que esteve presente na Kiss no dia 27 de janeiro relatou que a boate sempre teve apenas uma porta de saída. Treze pessoas devem depor nesta quinta-feira, num total de 60 testemunhas arroladas pela acusação e as defesas. 

Manifestação

Para esta quinta-feira, 2.000 pessoas são esperadas em um ato pelas ruas da cidade. Conclamados pela AVTSM (Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria), familiares e amigos das vítimas da boate se reunirão em frente à Catedral, às 17h, ponto de partida para uma caminhada.
Duzentas e quarenta e duas pessoas vão se deitar no viaduto do Behr, no centro de Santa Maria,  representando as vítimas da tragédia. Serão soltos balões com sementes de árvores em seus interiores.
Mais tarde, às 19h30, ocorre um culto ecumênico na Basílica da Medianeira.

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