Quadrilha agia em cinco estados e quatro pessoas ainda são procuradas pela Polícia Federal
RIO e SÃO PAULO - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira, 15 pessoas acusadas de fazer parte de uma quadrilha que fraudava vestibulares de Medicina em cinco estados brasileiros, na Operação Arcano, que significa “remédio secreto” em latim. Também foram cumpridos todos os 16 mandados de busca e apreensão. As prisões ocorreram em Jaú e Ituverava (SP), Rio Grande (RS), Marabá (PA), Porto Nacional e Gurupi (TO), Lauro de Freitas (BA), Teresina (PI), Jataí e Goiânia (GO). Também foram apreendidas duas armas de fogo na residência de dois suspeitos, além de um aparelho utilizado para comunicação com os vestibulando, conhecido como "ponto eletrônico".
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A investigação da PF detectou a ação do grupo criminoso em 13 vestibulares promovidos por instituições provadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Maranhão, Goiás e Mato Grosso. Segundo o delegado Nelson Edilberto Cerqueira, a denúncia sobre a quadrilha partiu de uma instituição de ensino da região de Araraquara, no interior de São Paulo. O nome da universidade não foi revelado, assim como os nomes das instituições que tiveram os exames fraudados. A cada vestibular, entre 15 e 20 estudantes pagavam para serem aprovados, de acordo com Cerqueira.
A fraude consistia em passar as respostas certas aos vestibulandos durante as provas, através de um ponto eletrônico. Um grupo de especialistas em diferentes disciplinas resolviam as questões e informavam as opções corretas a um comando central, que as repassava aos alunos. Outro grupo atuava na cooptação de estudantes e um terceiro era o responsável pelo treiná-los no uso do equipamento. De acordo com a PF, candidatos pagavam R$ 60 mil aos membros do grupo e eram treinados para usar um ponto eletrônico para receber as respostas durante as provas. A PF ainda investiga o valor arrecadado pelo grupo que agia há mais de dez anos e era liderado pelo médico Luciano de Souza Cançado, de 38 anos. Ele foi preso na Bahia onde presta serviço no Posto de Saúde, segundo informações da assessoria da PF.
Os presos responderão pelos crimes de formação de quadrilha e estelionato, cujas penas somadas podem atingir de 2 a 8 anos de prisão. Os alunos que se beneficiaram do esquema responderão por crime de estelionato. Durante a operação, também foram apreendidas duas armas de fogo na residência de dois dos investigados.
A PF vai iniciar a segunda parte da investigação para levantar quantos alunos participaram do esquema. Tanto eles quanto os pais, que pagaram pela fraude, poderão responder por crime de estelionato.
Fonte: O Globo
Por Márcio Melo
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