quarta-feira, 12 de junho de 2013

Apodi: pequenos negócios serão maioria no Perímetro Irrigado de Santa Cruz

Diretor do Dnocs, Emerson Fernandes, garante prioridade aos pequenos (foto: Marco Polo)
O Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) está investindo R$ 210 milhões na construção do Perímetro Irrigado Santa Cruz-Apodi, que engloba as regiões das Chapadas da Borborema e do Apodi, no Rio Grande do Norte.

A obra deve ampliar a oferta de áreas irrigantes nos municípios englobados pelo projeto, somando pouco mais de 4 mil hectares. Do total de lotes a ser licitado, os pequenos produtores serão maioria.

De acordo com o diretor geral do Dnocs, Emerson Fernandes, 60% dos lotes serão destinados aos pequenos. São unidades com até 18 hectares que passarão contar com água para irrigação.

Os perímetros têm como característica principal o fornecimento constante de água a unidades produtivas, em áreas que têm solos agricultáveis para serem utilizados de forma intensiva. O Santa Cruz-Apodi será o 38º perímetro instalado pelo órgão no país.

O anúncio de que os pequenos produtores terão prioridade na licitação dos lotes foi anunciado pelo diretor geral do Dnocs, durante o XI Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados, evento promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte e Associação Norte-rio-grandense de Criadores e reuniu cerca de cinco mil pecuaristas de todos os estados da região até o fim de semana passado, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim (RN).

Modalidades

Serão três tipos de lotes, sendo empresariais, técnicos agrícolas e uma parte para pequenos produtores. As maiores áreas ficarão com grandes empresas e terão entre 40 e 80 hectares. Já os lotes técnicos possuem área entre 15 e 18 hectares.

Os que são destinados aos pequenos têm de 8 a 12 hectares, em média. “Somando os pequenos e os técnicos, teremos a maior parte dos lotes licitados voltada para pequenos produtores”, afirma Emerson Fernandes, estimando que o cerca de 25% do resultado econômico desse perímetro virá da pecuária.

Historicamente, os perímetros priorizaram a produção vegetal, mas, nos últimos três anos, o cenário vem se alterando e produção animal também ganhou espaço, embora timidamente.

Somente no ano passado, a utilização direta ou indiretamente das áreas irrigáveis para criação de animais, sobretudo bovinos e ovinocaprinos, somou 10% da produtividade dos perímetros no Nordeste. “A pecuária acrescentar à produção vegetal porque os perímetros têm todas as condições propícias a essa atividade”, justificou o diretor.

Irrigação

A obra do perímetro consiste na construção de canais e tubulações para levar água da barragem de Santa Cruz até cada um dos lotes. A construção deverá ser finalizada no fim de 2015, quando os lotes serão abertos para licitação.

Emerson Fernandes acredita que o perímetro Santa Cruz mude a realidade da região, que sofre com os efeitos da estiagem, e aponta o exemplo de dois perímetros no estado do Ceará, o Jaguaribe-Apodi e o Tabuleiro de Russas, que, em 201, foram responsáveis por 3% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense e, no ano passado, por 4%. “Num período de seca como esse, o perímetro é uma boa solução”.

* Márcio Melo via Cidade News Itaú

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