Moradores de áreas rurais estão preocupados com as medidas insuficientes para conter os efeitos da seca
Os efeitos da seca, uma das maiores dos últimos anos, estão cada vez mais intensos para o homem do campo. E a perspectiva é que a situação piore nos próximos meses, devido a previsão de mais seca e as medidas insuficientes para conter os efeitos da estiagem. Em Mossoró, as 133 comunidades rurais perderam 100% de suas safras e encontram dificuldades para manter os animais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mossoró, Francisco Gomes, as autoridades federal, municipal e estadual precisam se unir para realizarem ações efetivas contra a seca.
"As ações que deveriam ser de emergência não correspondem ao esperado, pois muitos agricultores não estão tendo acesso a elas, e quando têm, estas chegam de forma tardia. Baixam o preço da ração, mas várias pessoas não estão conseguindo receber o benefício do seguro Garantia Safra ou a Bolsa Estiagem, sendo assim, de onde elas vão conseguir o dinheiro para alimentar o rebanho? Das 133 comunidades rurais da região, apenas cerca de 40% que residem nelas conseguem se cadastrar nos programas e projetos", relatou Francisco.
Gerente de Agricultura, Rondinelli Carlos informou que para manter o homem no campo e minimizar os efeitos da diminuição da oferta hídrica na região, foi intensificada a ação de manutenção dos poços e dos 50 dessalinizadores existentes.
"Como esta foi a pior seca dentro destes 30 anos, temos intensificado nossas ações para o homem do campo manter suas atividades. Visitamos rotineiramente as comunidades rurais do município e redobramos a atenção naquelas mais atingidas pela seca, geralmente estas são as que contam com um maior contingente populacional", informou Rondinelli.
Outra medida tomada pela Gerência é o atendimento emergencial através de carros-pipas.
Conforme os representantes do Comitê Estadual de Combate aos Efeitos da Seca entre as ações de combate à seca já realizadas estão: o pagamento do seguro Garantia Safra, o Bolsa Estiagem, a distribuição de 7.818 toneladas de forragem para o rebanho, além do programa de venda de milho em balcão.
Ainda está previsto para este ano a implantação do PAC Seca, que já tem R$ 120 milhões autorizados pelo Governo Federal para serem utilizados na adutora Umari-Campo Grande e na adutora Pendências-Macau-Guamaré; o programa Água Doce, com a instalação de 64 dessalinizadores, e o programa Água Para Todos, com a implantação de 96 barreiros e 192 sistemas simplificados de abastecimento de água.
Fonte: O Mossoroense/Cidade News Itaú
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